definitivo o melhor amor a gente fica sabendo no final… do vento, da história, da vida, quando a certeza das histórias curtas / longas, ou a única história de amor, foi aquela, a melhor das certezas certas, porque, na verdade as certezas são tão pouco certas, nada absolutas…

eu queria fazer / deixar o título para escrever depois e não esquecer… ficou maior, enorme, o título… estas coisas de amor são assim mesmo, complicadas, que o amor entenda e se explique. Elizabeth M. B. Mattos – maio de 2024 com todas as fotografia que ainda não coloquei…virão / serão e um obrigada bem grande, abraço a vida enquanto é vida.

Citei os maridos da igreja, dos cartórios, das separações, os pais dos meus filhos, mas não esqueci dos amores amados do amor, misturando os textos, os melhores e maiores amores escorregam na lembrança e se instalam, tão bom! Ainda sinto amor quando entro na pequena igreja da colina, e tu estás ali… e é Torres.

herança

sentimento bom eu tenho. herdei do meu pai a certeza de que trabalhar importa, em toda e qualquer circunstância,

não pensar na coroa.

acredito. trabalhar, e fazer e até respirar exige trabalho = vida.

a herança foi este aprendizado. aprender /saber trabalhar. herdei a infinidade de fazer coisas… trabalhar pode ser cultivar violetas! ou girassóis, lavar o tempo…

de herança meu pai entregou violetas…

a terra e o gosto de fazer /o trabalho. ensinou. acabei, por conta desta herança, em Torres, envolvida com girassóis e com e este mar… sonhando com violetas.

pois foi assim, do primeiro marido herdei filhos e todos receberam a herança dos avós: trabalhar.

do segundo marido, o segundo também me doou uma filha / coisas de maridos (risos) e de casamentos. história de canteiros… deste ganhei um girassol, uma casa, e vida no campo.

de carioca virei gaúcha outra vez… e fiquei professorando: escola carioca, escola santa-cruzense, escola torrense… (vai tudo pra biografia), mas tem, na história uma volta tempo, outra vez, Porto Alegre.

pois é,

em Porto Alegre mudei de rumo / ramo de professorar para galerista / vender quadros, esculturas e livros, arte. ah! mencionei a herança paterna, verdade seja dita, arte e plástica foi herança materna, uma mãe cheia de talento… arte de olhar, arte de ler. heranças boas foram as que herdei. Elizabeth M. B. Mattos – maio de 2024 – Torres parou de chover, um pouco, como esfriou! de repente!

caprichos do dia

” Tudo foi visto, previsto, disse a mim mesmo as mais belas coisas, entrevi as mais sedutoras perspectivas, e, hoje, caí em mim, esqueci. Não é inteligência que me falta, é caráter. […] Eu me adivinho, mas não me faço obedecer. E nesse momento . Não sou livre. Quem deveria ser mais do que eu? Nenhuma coação exterior, gozo de todo o meu tempo. […] mas de mim fujo semanas, meses inteiros, cedo aos c, sou o olhor de meus olhos.

Terrível pensamento cada um faz seu próprio destino.” (p49) Henri-Frédéric- Amiel – Diário Íntimo

do socorro

De todos os problemas, os nossos e os alheios / do mundo e etc e etc. O mais sério o mais importante é o LIMITE.

O conhecimento do nosso limite facilita tudo e muito. Se possível, descobrir o limite do outro… Até o do quintal, da calçada, do país, da possibilidade, da compreensão, da ajuda… O limite. Se entendermos bem do N O S S O limite, terminamos / acabamos apalpando o dos outros, e será mais fácil… Elizabeth M. B. Mattos – maio de 2024 – Torres

surpresa sem cor

Já disse isso / já escrevi sobre isso… Às vezes, paternidade, maternidade se atravessam no amor de um homem por uma mulher, de uma mulher por um homem… E vira guerra, os tais sentimentos, patetas eles, distraídos se atropelam. Casamento tem estas armadilhas. E o fruto, os filhos, ficam ali, no meio, sem entenderem nada… Crescer tem muito desta solidão de estar no mundo sem saber bem o motivo: sem ter voz, apenas brotar, feito feijão ou ervilha, num campo ou num jardim… Se vingar dá bom! O negócio é vingar e dar frutos. E pegar o mundo… Elizabeth M.B. Mattos – maio de 2024 – Torres

da morte: morrer

Até ficaram doentes, mas morreram, os dois, no mesmo ano, três meses de diferença, ou três anos?! (As mortes se misturam nas perdas). Um galope esta vida (nem nos damos conta / estavas ali, ao meu lado, eu nem percebi). Mistério do tempo. O pai, bem, o pai -, filho único, – o pai chorou bastante, o suficiente. Depois casou -, casou pra agarrar o que chamou de vida, agarrou outro jeito de viver, outro jeito de viver a tal solidão… Aquela mesma que tu, eu, todos nós fugimos. Agarrou outro jeito de viver, um jeito de sair de casa. Dá um enorme e custoso trabalho sair da infância, da casa paterna. Largar as crianças que somos. Perdas. Perdas evidentes que sacodem… Coisas de amor que chegam, coisas de amor que desaparecem. Perdas evidentes. Duras como pedras. Quando os intervalos são curtos, e a guerra segue, fica-se na batalha! Estamos com espingardas nas mãos, na luta, sem entender muito bem o que acontece. Estes espaços tão curtos adoecem a gente por dentro. Despedaçamos por dentro: isso é o tal amor que sentíamos… Despedaçados tanto e tanto, quase vamos juntos no desespero sem lágrima, desespero valente, corajoso, seco. E vamos assustados, ou vamos a correr a procurar margaridas… Vamos a correr para o outro lado. Qual lado? A sofrência / essa dor não se explica, dói. Explode. Como as bombas em campo minado, era campo com margaridas, mas explode. E o medo se planta, brota no nosso coração. Sofrer não se explica. Elizabeth M. B. Mattos – maio de 2024 – Torres com bastante chuva.